terça-feira, 31 de maio de 2011

#116 Two Thousand Eight

Toda vez que dedilhava seu violão, Peter James sentia o cheiro da música que adormecia dentro dele. Ia arranhando notas intermináveis, as quais não conseguiam se completar de jeito nenhum. Faltava alguma coisa – o outro lado daquela música. Luke Jones continuava as canções de Peter James. Acreditavam no talento do outro e assim eles eram um só. Eram os irmãos que nunca tiveram. As frases que se encontravam, seguiam juntas. Não era difícil entender o porque de tanto virtuosismo. As vozes se uniam em nome da anarquia chamada rock ’n’ roll...

É como se tudo começasse de novo, mas de uma forma diferente.

But when you talk about destruction – don't you know you can count me out


segunda-feira, 30 de maio de 2011

#115 Yesterday

Quanta coisa pode ser perdida mesmo quando não queremos?! Quantos momentos deixamos de viver sem ter a escolha de presenciá-los ou não?! O que você diria se pudesse estar aqui hoje?! Será que ainda me amaria?! Quantas perguntas sem resposta! Pois é, Peter esbarrou em todas elas quando viu um retrato seu bem antigo que pertenceu a uma pessoa muito querida. Alguns momentos vieram à tona, mesmo assim ele era muito pequeno para saber o que fazia. Uma lágrima quis rolar, mas não foi dessa vez. Ele não conseguia se lembrar, mas sabia que em algum lugar vivia alguém que o amou demais...

Saiba que um dia vamos nos ver novamente e vou poder dar o abraço que nunca pude dar...

Why she had to go I don't know… She wouldn't say

domingo, 29 de maio de 2011

#114 Remains from the Past...

Eram dias quentes, mas agradáveis. O sol parecia lhe fritar a pele, mas assim mesmo ele era feliz brincando na areia da pequena praia. Passava as manhas e tardes dentro do mar, isso quando não construía seus castelos; nos quais sempre sonhou em viver. Ainda podia sentir o doce aroma da comida que vinha da cozinha enquanto novamente sonhava com o mundo mágico dos desenhos animados. Esse era Peter James por volta dos 6 anos de idade. Philip Mackenzie e Anne Carter davam todo amor para que ele fosse um grande homem um dia. WAKE UP! Eram apenas doces lembranças...

Um dia eu serei capaz de contar verdades para mim mesmo.

Follow your steps and you will find

quinta-feira, 26 de maio de 2011

#113 What does it matter to you?!

Sem notar, as palavras chegavam; silenciosamente, sem pedir licença. Peter não precisava mais parar para ouvi-las. Mesmo assim parava durante a madrugada e ouvia os próprios pensamentos. Não era difícil tirar alguma coisa dali. Pegava um pouco disso, uma pitada daquilo e ... pronto! Temos um sentimento. Mas não! Não era fácil desse jeito! Nunca foi fácil falar tudo o que sentia. Passou muito tempo achando que escrevia para o vazio... alguém em algum lugar ainda lia seus versos – ou pelo menos ele preferia acreditar nisso.

Sonhar ainda nunca foi a saída para a conquista.

Who waits forever anyway?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

#112 Hello Goodbye

Dia após dia a vida vai girando e tem dias em que você está no céu, e outros no inferno. Quando você chega até lá em cima descobre que logo em seguida vai descer – pra depois subir de novo. Uma montanha russa que me prendeu junto à história de Peter James. Pra continuar foi preciso despencar... entendi! Realidade! As paredes ficaram mais fortes - aquele sonhador não conseguia mais atravessá-las. Pois é, são feitas de concreto! Tinha um mundo todo pra explorar e conhecer. Para Peter não importava saber o que ficou no passado e sim o que aconteceria no presente.

Tem gente falando o que não deve, tem que gente que não sabe o que diz, tem gente que não sabe nem falar...

In the town they're searching for me everywhere - but I never will be found!

domingo, 22 de maio de 2011

#111 Resistance

Faltava ar para Peter James. Não tinha mais nenhum lugar para ir, nem tinha um lugar para voltar. Luke Jones também estava tão perdido que também não conseguia ajudar seu amigo. Lilly Star e Andrew Irwin também não sabiam o que fazer. Peter contava de 1 a 10... e recontava - em ordem crescente e decrescente. O volume da música começava a crescer e o mundo girava à sua volta. Todos sabiam, mas esqueceram de lhe avisar. Alguém falou para ele?! Mais uma vez não havia inocentes! Mais uma vez não havia culpados! Eram prisioneiros de suas próprias verdades.
As cordas eram as armas mais fortes que Peter usava...
Well I knew but I could not say.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

#110 Suspicious Minds

Luke Jones era bem parecido com Peter James. Eram velhos amigos seguindo caminhos separados, porém semelhantes. Luke também escrevia sobre amor e por vezes se perdia entre as curvas desse perigoso jogo. Foi assim que ele aprendeu a nunca mais fechar os olhos. Podia sentir quanto amadurecia a cada queda, mas continuava jovem - como sempre foi. Aliás, o tempo parecia não passar para ele; não fosse o cabelo que não parava de crescer e às vezes a barba por fazer. Quis o destino que ele se encantasse pela antiga paixão do seu melhor amigo, Mary. Com tudo, não podia construir seus sonhos em cima de tantas incertezas.

Ela queria ser dançarina, mas não ouvia a sua própria música.

This time, Luke said: Just do me a favor, open your window!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

#109 Luke Jones

Uma moeda tem dois lados - cara e coroa. Uma verdade também tem! Aquela que as pessoas preferem ouvir e aquela na qual você mesmo acredita. Luke Jones passava seus dias agradando todos a sua volta. Chegava naquela história sem fazer barulho; bem convicto de suas ambições. Acabou escorregando e caiu no feitiço de Mary Engel. Essa garota tinha algo poderoso que chamava a sua atenção. Luke aprendeu a fazer loucuras por causa desse romance... e assim invadiu a casa dela pela janela do banheiro. Só tinham esquecido de avisá-lo que ela nunca chorou por causa de amor. Deixaram de falar que ela não estava nem aí pra ninguém.

Por mais calor que fizesse, aquele coração nunca derreteu.

She said: Baby, you can drive my car and maybe I'll love you

terça-feira, 17 de maio de 2011

#108 Just like starting over...

Ainda podia ver a luz que ia se apagando lá no fim do horizonte. Passava o tempo todo sentado em sua cadeira do lado de fora daquela casa de madeira. O outono gritava nos ventos a chegada do inverno. Os campos iam escurecendo e não restava uma folha sequer na sua árvore favorita. Peter James ainda esboçava superioridade e sentia-se confortável quando June vinha lhe servir um pouco de atenção. Era tão fácil se despedir do verão e convidar o frio para tomar um chá. Suas roupas exalavam um perfume que variava de acordo com o humor. Tudo muito familiar. Aliás, era fácil viver novas vidas, difícil era imaginar-se longe de casa.

Aquela parede de tijolos ainda guardava muitas memórias.

No-one's to blame, I know time flies so quickly

#107 One step closer

Foram dos restos e farelos que os sonhos foram se construindo. As simples palavras se uniam para formar diferentes formas de dizer “eu te amo”. Peter tirava a inspiração do vazio de sua mente. Fagulhas incendiavam os dias que começavam a ficar cada vez mais frios. Era confortável sentar no sofá, vestindo pijama, com as pernas esticadas sobre a pequena mesa da sala. Os dias iam passando e se tornavam meses. A luz da TV refletia o fundo dos olhos de Peter – ele permanecia imóvel. Também era muito fácil as outras pessoas dizerem que Peter era dramático... Ele NUNCA quis mudar ninguém. Ele NUNCA pediu piedade - só compreensão.

As lembranças eram maiores que a estrada que vinha pela frente.

Two of us riding nowhere

domingo, 15 de maio de 2011

#106 She Came In Through The Bathroom Window

Consegue sentir a brisa ficando mais forte?! É uma ventania gelada que vai balançando as árvores da rua vazia. Os carros seguem lado a lado enquanto as nuvens vão cobrindo o sol. Hey Peter, o seu dia virou noite. A chuva cai e os minutos vão despencando dos ponteiros. O suor escorre pelo rosto, enquanto nas veias o sangue pulsa cada vez mais forte. Uma angústia parece tomar conta de todos. Nada do que pode ser dito é capaz de ser melhor que o silêncio. O destino operava de maneiras misteriosas.

Mesmo que não esteja perto, ele sabia que na verdade estava.

Didn't anybody tell her? Didn't anybody see?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

#105 Uncertain days

Um céu escuro cobre a vida de Peter James. O vento sopra mais forte levando June, Lilly, Andrew e Roger pra bem longe dali. Lá fora chove, alagando aqueles dias incertos. Mas tudo nunca passou de um jogo de tabuleiro. Todos eram peças nas mãos do jogador chamado Destino. Aquele olhar destruidor fazia com que PJ se esquecesse das coisas boas em que ele costumava pensar. Tudo se tornava efêmero naquelas mãos insaciáveis. Lentamente fizeram com que Peter acreditasse que o AMOR era mentira. E assim foi ficando, e o sonho virou estilhaços de vidro no chão frio da sala. Ele não se lembrava de mais nada.

O sono chegava, mas quem dizia que ele pregava os olhos?!

What I've doneI'll face myself to cross out what I've become

quinta-feira, 12 de maio de 2011

#104 Hypocrisy

Desafio você a pensar na vida toda vez que não tiver nada o que fazer – exclamou Peter. Aposto que não conseguiu refletir nenhum defeito seu. Tá vendo, é muito difícil descobrir nossas próprias fraquezas. Mas com o tempo as máscaras vão caindo e o mundo se encarrega de revelar cada uma delas. Ouvia-se um vazio que vinha do outro lado e atravessou toda a sala. “Eu nunca te pedi dinheiro, nunca fui egoísta, nunca quis você só pra mim. Aprendi a dividir. Tudo em troca de um pouco de atenção”... e então as palavras foram se dissolvendo ao vento. Lógico que aqueles versos nunca iam brotar de um coração que não pulsa.

As teclas tornavam-se armas letais sob ameaça daquelas mãos trêmulas.

I never give you my pillowI only send you my invitation

quarta-feira, 11 de maio de 2011

#103 Instant Karma!

Da mesma maneira que Peter pensava ser dono do seu mundinho... as pessoas achavam que podiam tomar decisões por ele; ou saber quando iria acontecer o pior. Ele sabia se cuidar sozinho. Mas não, sempre vinha alguém pra dizer o contrário. Os dias passavam grudados uns nos outros e o que ele queria era só um tempo pra si mesmo. A memória foi se fragmentando e não conseguia mais se lembrar de coisas simples que acabaram de acontecer. Peter James socou a parede até escorrer sangue de seus punhos. A raiva transbordava. O tempo e os pesadelos estavam passando-lhe uma rasteira.

Ninguém tinha o direito de tirar algo que nunca foi dele.

Instant Karma's gonna get you

segunda-feira, 9 de maio de 2011

#102 The Pretender

Permanecia ali. Parado, sentido a brisa da noite que caiu há horas. Continuava jovem, seus cabelos cresciam e pareciam não se importar se ele gostava ou não. Esse era Peter James vivendo naqueles dias incertos. Querendo ou não, as histórias iam se encontrando e ele se dava conta de como o mundo era pequeno em Pepperland. PJ sabia demais sobre todo mundo, achava que podia ser o dono da situação; mas não era. De outro lado, as pessoas faziam de conta que ninguém desconfiava. Mas as mentiras que elas sustentavam eram tão fracas quanto o vidro que as separava do mundo real. Não sabiam que nada é pra sempre, tudo é temporário. A vida é um teatro a ser encenado. É sempre a mesma velha história.

Eu sou a voz - dentro da sua mente – que você recusa escutar.

You know they all pretend

sexta-feira, 6 de maio de 2011

#101 Silence

Quando eu chego ao topo, descubro que sempre tem mais para ser conquistado. Então eu volto para o começo de tudo; sei que tudo vai voltar - outra vez. Por mais que Peter tenha jurado que nunca iria magoar ninguém, simplesmente acontecia. Algumas palavras conseguiam colocá-lo no chão, o quebravam em pedaços e assim escorria uma lágrima. Dramático?! Talvez. Em 789 dias eu ensaiei várias cenas... aprendi a alcançar notas que eu nem pensava que um dia fosse cantar. Uma onda embriagante tomava meu subconsciente nos braços e assim eu adormecia. Sonhava uma realidade que nunca foi minha, nem de ninguém.

Eu preferi ficar calado... embora eu soubesse a resposta de muitas perguntas.

Everybody needs somebody

segunda-feira, 2 de maio de 2011

#100 Across the Universe

Será que TUDO está escrito dessa maneira? Será mesmo que elas e eles devem agir dessa maneira? Ou será que Peter e tantos outros culpam o destino ao invés de aceitar seus próprios erros? Um mar de nuvens mergulha na imensidão daquele profundo olhar, o que por um instante o levou a pensar... “me tornei implacável com minhas próprias verdades e aos poucos esqueci algumas das coisas em que sempre acreditei”. Um turbilhão de pensamentos toma conta de Peter James e dos outros à sua volta. Mas é algo tão pessoal, que nem June, Lilly ou até mesmo Andrew não eram capazes de ajuda-lo. Alguns escritos antigos tornam-no mais complexo ainda - “A essência da vida parte dos princípios que satisfazem a alma de cada um; de tal forma que há uma completa e densa realização no simples fato de existir. Não há uma verdade absoluta que, de forma onipresente, consiga compor a perfeita harmonia”.

O poder brota de tudo que existe e até daquilo que já é inexistente.

I look at you all… see the love there that's sleeping